domingo, 21 de junho de 2009

cristãos no paquistão

Não existe paz para


os cristãos do Paquistão

Após o dia 11 de setembro do ano passado e da guerra no Afeganistão, não existe mais paz para os cristãos do Paquistão. Eles são considerados traidores, inimigos e estrangeiros
no próprio país, por causa de sua fé.

ervoso em sua cadeira de rodas, com as mãos crispadas, correndo para cima e para baixo do seu rosto em lágrimas, Abdul Qadir Azad olhava assustado ao seu redor. Sua cadeira estava manchada de sangue. Na grande nave central da igreja havia uma movimentação de pessoas, rostos pálidos e chorosos, olhares espantados, comentários sobre o que havia acontecido, um forte odor de sangue, muita raiva e medo.

As palavras não conseguiam expressar a tragédia acontecida e, talvez, por isso o velho Abdul chorasse. Ele era o presidente da Conferência dos ulemas (estudantes islâmicos) do Paquistão, já foi um grande imane da mesquita Badshahi de Lahore e não quis faltar. Alugou um carro e veio àquela igreja católica, para constatar com seus olhos a dor dos seus compatriotas cristãos de Bahawalpur, no sul do Punjab.

Ao seu redor, em oração, homens e mulheres, padres dominicanos, pastores protestantes e algumas irmãs. Os cadáveres dos 17 fiéis mortos, metralhados naquele domingo, 29 de outubro, estavam ainda estendidos sobre as esteiras de palha e parecia que alguém ainda estivesse rezando.

A polícia procurava pistas e o imane não conseguia entender como alguns de seus irmãos muçulmanos, poderiam ter matado pessoas que estavam rezando a Deus, Pai de todos. Não entendia e por isso chorava. Chorava sobre o país, cujo nome significa "país dos puros", mas que estava se tornando prisioneiro do mal.

Pe. Jaime Channan, vice-provincial dos dominicanos do Paquistão, observava a perturbação do velho muçulmano e, mais tarde, declarou à agência Uca News: "Admirei aquela expressão de solidariedade com todos os cristãos e admiro os esforços de Abdul Qadir Azad para promover a paz entre as religiões, especialmente o diálogo islamo-cristão".

Pe. Rocus Patras, vigário da paróquia de São Domingo onde aconteceu o atentado, relatou, à agência Fides, que, no Paquistão, os cristãos desde sempre pagaram na própria pele as tensões em que vive o mundo islâmico, contraposto ao ocidental e que se identifica como cristão.

Desta vez, foram os bombardeios anglo-americanos sobre o Afeganistão a motivar a tragédia. O fato é que, nesse país como em outros, a propaganda dos movimentos islâmicos fanáticos tende a considerar, como quinta coluna do ocidente, todos os que, embora sejam do mesmo sangue e da mesma pátria, aderiram ao cristianismo.

Para esses movimentos, os cristãos são sempre inimigos a combater, sempre acusados de proselitismo. Nada serviu o reconhecimento da Igreja de eventuais erros cometidos em algumas situações do passado. As mudanças de perspectiva da Igreja, após o Concílio, são ignoradas e ela é particularmente responsabilizada pelos fatos, presentes nos movimentos fundamentalistas evangélicos e protestantes.

Após o trágico acontecimento de outubro, "os cristãos do Paquistão estão com medo, vulneráveis, inseguros e indefesos", diz pe. Channan e cita uma sua experiência: "No dia 11 de setembro, fui rezar missa na aldeia cristã de Mian Channu. Não foi fácil. Ao redor da capela havia mais de 50 jovens cristãos armados.

Tinham a tarefa de assegurar uma celebração "serena". Parecia-me entrar numa zona de guerra, mas era a mesma aldeia onde estudei, 32 anos atrás. Naquele tempo, as pessoas não tinham medo, eram dias de paz e tranqüilidade. Durante as festas, realizavam-se procissões, torneios de futebol e outras atividades, num clima sereno.

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